quarta-feira, novembro 04, 2009

Soneto da Fidelidade



De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes, "Antologia Poética"

2 comentários:

Maria disse...

Alma Voadora, que nome lindo para um blogue.
Vi o seu perfil. Afinal também gosta dos versos que rimam. Belo soneto de Vinicius. É o meu preferido. Fala-me à alma. Eu gosto de versos quer rimem ou não, gosto de prosa, desde que seja boa.
Gostei e se me der licença, vou voltar.
E... "Que seja infinito enquanto dure"

Gaivota Voadora disse...

Olá Maria :)
Tenho todo o prazer em que volte :)
Obrigada pelos seus comentários, gostei baste!
Desejo-lhe um bom Domigo.
Um beijinho